Foto: João Guilherme de Paula |
Neste início de semana,
retomamos o ensaio do processo de Doroteia - pode ler o texto aqui -, de Nelson Rodrigues, para o
Festival de Leitura Dramatizada de Caruaru. Depois do hiato de alguns dias,
iniciamos nosso encontro no Espaço Inácia Raposo numa sala diferente da que
havíamos usado em ensaios anteriores, por que a mesma estava ocupada. Neste encontro, tivemos o retorno bem vindo de Lucrécia, que estava trabalhando no Seminário de Arte-Educação do SESC, mas tivemos a ausência de Ísis, que está em viagem.
Iniciamos o encontro
com uma pequena reunião para redefinir alguns pontos, já que um dos grupos que
apresentaria a leitura desistiu e teremos somente sete grupos integrando o
festival e precisamos organizar a viagem para Caruaru. Depois desse pouco tempo
para resolver burocracias, começamos com um exercício físico, ministrado pelo
facilitador André Vieira, que começou a agregar sons à corporalidade
desenvolvida nas atrizes. Enquanto isso, os outros integrantes permeavam o
espaço com velas acesas, concebendo o altar, a capela, o santuário em que as
personagens acreditam residir.
Com as luzes começando
a acender, as personagens começam a emergir com mais desenvoltura para a
leitura, que começa no segundo ato, de forma mais adensada, segura e firme, sem
o calor e a instabilidade das experimentações que se faziam no processo. O que
ganhamos e o que perdemos quando nos reconfiguramos dentro de nossas escolhas?
Se a instabilidade nos permite nos perder para nos tirar um conforto, a
segurança nos põe de volta nos trilhos.
Existe uma dosagem
entre o experimentar e o assentar? O que precisa ser mais leve ou mais denso?
Qual gesto caracteriza e qual caricatura? Esse Dorotéia in process nos diz que a
dosagem quem faz somos nós, na medida em que nos encontramos com cada uma
dessas senhoras.
- por Márcio Andrade.
- por Márcio Andrade.
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