segunda-feira, julho 30

De Nelson, pelo Âmbar |5| - Experimentar ou Assentar

Foto: João Guilherme de Paula

Neste início de semana, retomamos o ensaio do processo de Doroteia - pode ler o texto aqui -, de Nelson Rodrigues, para o Festival de Leitura Dramatizada de Caruaru. Depois do hiato de alguns dias, iniciamos nosso encontro no Espaço Inácia Raposo numa sala diferente da que havíamos usado em ensaios anteriores, por que a mesma estava ocupada. Neste encontro, tivemos o retorno bem vindo de Lucrécia, que estava trabalhando no Seminário de Arte-Educação do SESC, mas tivemos a ausência de Ísis, que está em viagem.

Iniciamos o encontro com uma pequena reunião para redefinir alguns pontos, já que um dos grupos que apresentaria a leitura desistiu e teremos somente sete grupos integrando o festival e precisamos organizar a viagem para Caruaru. Depois desse pouco tempo para resolver burocracias, começamos com um exercício físico, ministrado pelo facilitador André Vieira, que começou a agregar sons à corporalidade desenvolvida nas atrizes. Enquanto isso, os outros integrantes permeavam o espaço com velas acesas, concebendo o altar, a capela, o santuário em que as personagens acreditam residir.

Com as luzes começando a acender, as personagens começam a emergir com mais desenvoltura para a leitura, que começa no segundo ato, de forma mais adensada, segura e firme, sem o calor e a instabilidade das experimentações que se faziam no processo. O que ganhamos e o que perdemos quando nos reconfiguramos dentro de nossas escolhas? Se a instabilidade nos permite nos perder para nos tirar um conforto, a segurança nos põe de volta nos trilhos. 

Existe uma dosagem entre o experimentar e o assentar? O que precisa ser mais leve ou mais denso? Qual gesto caracteriza e qual caricatura? Esse Dorotéia in process nos diz que a dosagem quem faz somos nós, na medida em que nos encontramos com cada uma dessas senhoras.


- por Márcio Andrade.

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