sexta-feira, março 8



Sala 44, Universidade Federal de Pernambuco

Ao chegar, houve a habitual conversa inicial enquanto todos não chegam. O diretor Willams Costa conta novas ideias que teve para o espetáculo e divide conosco nos convidando a uma discussão.
Às 9h51 o ensaio realmente inicia com um relaxamento ministrado pelo diretor. Nesse relaxamento, foi proposta uma criação imaginativa do espaço físico da peça. Os atores são convidados a observar o espaço, perceber o que há nele, como é esse espaço habitado pela Rainha e por todas as pessoas que andam por ele. Quem são todos? Quais as sensações provocadas? Quais os sons? Quais as situações?
Aos poucos, os atores vão se inserindo nesse espaço, fazendo parte dele não apenas como observador, mas como personagem.
Sons provocativos são feitos com um banco de madeira, pelo diretor, a fim de criar estímulos. O corpo também passa a ser motivado, através de movimentos cada vez mais rápidos. Os atores vão mostrando através de um movimento apenas, o som que reside no espaço criado. Esse som/movimento é explorado e cada vez mais estimulado a vibrar no espaço. A intensidade vai diminuindo até paralisar-se, junto com o espaço físico que vai perdendo sua materialidade.
A história da Rainha e seus servos começa a ser contada. Vai-se estabelecendo um jogo, cada servo é maltratado e humilhado a cada vez. Jéssica Viana põe Rodrigo Porto ajoelhado, Anderson Damião virado para parede repetindo “eu não presto, sou inútil” e João Neto para trazer-lhe o presente repetidas vezes (o presente foi colocado em cena pelo diretor). A atriz vai compondo a personagem e a cena. Com indicações externas do diretor, o exercício foi realizado em cima do “absoluto poder” e a “submissão”. Através dos castigos propostos os atores deixam transparecer o cansaço físico.
A Rainha vai mudando as instruções, aparecendo novos aspectos e situações. Ela manda seus criados fecharem as portas do castelo repetidas vezes: com as mãos, com os pés e com a boca (todas ao mesmo tempo em que repetiam “eu não presto, sou inútil”). Os atores vão ficando cada vez mais exaustos com os exercícios para saber até onde aguentam o poder imposto.
Em seguida, ela pede para que todos fiquem a sua frente e que falem o quanto a amam e o quanto ela é poderosa e suprema. A cena fica parecida com um tribunal.
Fechando o exercício, ela ordena que todos fiquem de quatro, onde eles viram seus cachorrinhos e são adestrados por ela. A conclusão do exercício leva vinte minutos. Ainda como cachorros recebem uma intimação: levar um presente para a Rainha. Para intensificar, ela pede que eles repitam como robôs. O diretor  vai dando o desfeixo do exercício e aos poucos vai tirando todos de cena.

Fim do encontro às 12h03.


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